“A forma como nos sentimos pode, muitas vezes, ter um reflexo no aspecto físico. Afinal, ocorre a liberação de diferentes hormônios e substâncias em nosso corpo a depender de nossos sentimentos e emoções. Tudo o que acontece com uma pessoa, sejam alterações emocionais ou mudanças ou dores no corpo, tem repercussões no indivíduo em sua totalidade”, conta o psicólogo. Isso explica por que algumas crianças ficam doentes quando não têm seus desejos atendidos ou o cansaço excessivo que sentimos quando estamos tristes.
Para que nosso organismo funcione, é necessário que haja equilíbrio entre os hormônios – é quando eles são liberados em excesso ou estão em falta que os problemas aparecem. E essa é uma via de mão dupla: as emoções são capazes de balancear as substâncias, mas esses hormônios também influenciam nas emoções. No caso do estresse, o protagonista é o cortisol – muito útil para a sobrevivência em meio ao perigo, mas que pode trazer complicações como dores musculares, queda de cabelo, alterações no sono, aumento das chances de obesidade e, em casos mais graves, infarto do miocárdio.
“A ansiedade também está associada a alterações na liberação e absorção de substâncias e neurotransmissores, e por si só já acarreta sintomas físicos, como taquicardia, suor excessivo e alterações de sono por exemplo”, conta o especialista. Neste caso, a adrenalina é a principal responsável, pois atua diretamente no sistema cardiovascular, aumentando o fluxo sanguíneo e acelerando a respiração. Tudo isso é muito útil para correr do perigo ou para evitar dores na hora do impacto, mas em excesso pode causar problemas digestivos, dores de cabeça e dificuldade para dormir. Isso explica por que perdemos ou ganhamos apetite quando estamos ansiosos.