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Cuidados necessários com gestantes que apresentam alterações na tireoide

As alterações no funcionamento da tireoide podem ocasionar complicações de saúde para a gestante e o bebê. A seguir, explicamos quais são os sintomas e os fatores de risco desse problema.

Saúde e Bem-Estar

30 de Julho de 2021

Imagem referência Blog da Saúde NotreDame Intermédica

Cuidados necessários com gestantes que apresentam alterações na tireoide

Saúde e Bem-Estar -

A tireoide é uma glândula em formato de borboleta, localizada na região anterior do pescoço, e que produz hormônios muito importantes para o crescimento e desenvolvimento das pessoas – além de regular diversas funções do metabolismo, como produção de calor, energia e outros. Habitualmente, para a tireoide funcionar, é necessário que outra glândula chamada hipófise, situada dentro do crânio, produza o hormônio TSH.

Conforme explica Gabriel Passos Magalhães Luzetti, médico obstetra de gestações de alto risco do Grupo NotreDame Intermédica, o TSH caminha pela corrente sanguínea, se liga à tireoide e estimula o seu funcionamento. “Os hormônios produzidos pela tireoide passam a circular pelo sangue e servem como referência para a hipófise produzir a quantidade correta de TSH e estimular a tireoide, na medida certa, para manter os níveis hormonais adequados”, diz.

Mas, durante a gravidez, todo esse funcionamento pode ser modificado por causa da placenta. Além de ser um órgão essencial para promover o transporte de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto, a placenta também produz determinados hormônios – e um deles é o hCG, “culpado” por fazer aparecer a tirinha do “positivo” do teste de gravidez de farmácia. O hCG tem a capacidade de estimular a tireoide a produzir mais hormônios, assim como acontece com o TSH. “Então, já dá para imaginar a confusão, não é? A tireoide passa a ter um estímulo extra para trabalhar mais, pois os seus hormônios deverão agir não só na mulher, mas também em fases importantes do desenvolvimento do bebê, principalmente no âmbito intelectual”, elucida Gabriel Luzetti.

 
 

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Problemas causados por alterações na tireoide

É relativamente comum que a gestante apresente alterações da função tireoidiana. Isso será determinado pela resposta dessa glândula diante das mudanças de estímulos que passou a receber. Sendo assim, respostas inadequadas podem incorrer em um funcionamento insuficiente (hipotireoidismo) ou excessivo (hipertireoidismo).

O médico obstetra comenta que, se não forem adequadamente tratadas, essas alterações tireoidianas podem causar complicações na gestação (como pré-eclâmpsia, abortamento, parto prematuro, descolamento de placenta, entre outros) e alterações fetais (como redução do intelecto do bebê, hipertireoidismo neonatal e outros). Por esse motivo é tão importante avaliar a função dessa glândula no pré-natal.

Fatores de risco

Os fatores de risco para hipotireoidismo e hipertireoidismo são: antecedentes pessoais ou familiares de doenças tireoidianas; histórico de abortamentos; idade superior a 30 anos; mulheres que já engravidaram pelo menos duas vezes; histórico de infertilidade ou alterações menstruais; obesidade mórbida (IMC de 40, ou mais); doenças autoimunes, como diabetes tipo I, lúpus, vitiligo, entre outras; aumento da tireoide (bócio) ou nódulos nessa glândula; mulheres que foram expostas à radiação no pescoço (por radioterapia de algum tumor de cabeça e pescoço, por exemplo); e uso de determinadas medicações, como lítio e amiodarona.

Sintomas

É importante que o obstetra identifique as pacientes que possuem alto risco de doenças tireoidianas para um acompanhamento mais acirrado e para um diagnóstico precoce. Geralmente, os sintomas típicos são:

1) Para hipotireoidismo:

  • Sonolência excessiva;
  • Unhas e cabelos quebradiços;
  • Indisposição e letargia;
  • Frio excessivo;
  • Ganho de peso com facilidade.

2) Para hipertireoidismo:

  • Taquicardia recorrentes;
  • Intolerância ao calor;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Tremores;
  • Perda de peso com facilidade.
Como é feito o diagnóstico

O hipotireoidismo é diagnosticado com exames laboratoriais de rotina solicitados durante o pré-natal. Ao constatar alteração nos níveis de TSH, o médico deverá iniciar o tratamento com levotiroxina (LT4). Depois, as taxas hormonais são reavaliadas periodicamente para verificar a necessidade de aumento ou diminuição da dose.

O hipertireoidismo também é analisado por meio da dosagem hormonal nos exames laboratoriais de rotina do pré-natal. Porém, o tratamento é realizado com propiltiouracil ou tiamazol, e a gestante precisa ser acompanhada regularmente para fazer exames que avaliam o seu estado geral de saúde e, também, do bebê.

Prevenção de hipertireoidismo e hipotireoidismo

De acordo com Gabriel Luzetti, não é possível prevenir a ocorrência de alterações tireoidianas na gravidez, mas existe a possibilidade de minimizar as chances de que a doença atinja patamares mais complexos de gravidade. “Para as mulheres que sabem que possuem alteração tireoidiana, o ideal é estar com a patologia sob controle no momento da concepção. Desta forma, embora talvez seja necessário fazer alguns reajustes nas medicações durante a gravidez, o controle e o manejo são muito mais fáceis. Vale lembrar que essas mulheres devem ser encaminhadas ao pré-natal de alto risco”, orienta.

Se a alteração do hormônio da tireoide surgiu na gestação, geralmente após o parto essa situação é revertida e se normaliza. Mas, essas mulheres devem ser submetidas a uma nova avaliação da função da tireoide seis semanas após o parto.

Impactos no bebê

É importante frisar que gestantes com alterações tireoidianas não têm risco aumentado de terem bebês com alterações congênitas da tireoide. “São doenças completamente diferentes e independentes entre si. Em relação ao hipotireoidismo congênito, o exame padrão para detecção é o Teste do Pezinho, realizado no recém-nascido 48 horas após o nascimento”, explica o médico obstetra.

Quanto aos filhos de mães que apresentaram alterações tireoidianas na gestação, é importante que a equipe de pediatria seja informada, para a adoção de medidas pertinentes. Isso porque os hormônios da tireoide materna possuem importante papel no desenvolvimento do feto, principalmente intelectual. Neste caso, é prudente uma avaliação detalhada e atenciosa do bebê.

Gabriel Luzetti lembra que existem, ainda, algumas mulheres que possuem hipertireoidismo crônico pela doença de Graves, no qual se formam anticorpos chamados TRAB. Com a capacidade de passar pela placenta e chegar ao bebê, essa substância gera alterações de gravidade variável no feto e pode ocasionar um quadro raro no nascimento denominado hipertireoidismo neonatal, que requer manejo específico por parte da equipe de neonatologia.

Programa Gestação Segura

O núcleo de Medicina Preventiva do Grupo NotreDame Intermédica possui o Programa Gestação Segura (PGS), que visa promover a saúde das mulheres durante a gravidez e no pós-parto. A gestante é acompanhada e orientada por uma equipe multiprofissional especializada, inclusive com profissionais capacitados para gestação de alto risco.

O PGS funciona como um complemento ao pré-natal, pois a equipe monitora e orienta a futura mãe em diversas questões, por exemplo, sobre os riscos e benefícios do parto normal ou cesariana, preparo para o parto, aleitamento materno, cuidados com o recém-nascido e planejamento familiar.

As beneficiárias participantes do Programa recebem o Cartão Gestante, em que é possível acompanhar cada passo dessa trajetória, anotando o histórico de suas consultas, exames, vacinas, entre outros dados da gestação.

Para saber mais sobre o Programa Gestação Segura (PGS), clique aqui.

Referências

Fonte: Grupo NotreDame Intermédica com colaboração do Médico Obstetra de Gestações de Alto Risco Gabriel Passos Magalhães Luzetti.

Responsável pelo Conteúdo:

Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica

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