A tireoide é uma glândula em formato de borboleta, localizada na região anterior do pescoço, e que produz hormônios muito importantes para o crescimento e desenvolvimento das pessoas – além de regular diversas funções do metabolismo, como produção de calor, energia e outros. Habitualmente, para a tireoide funcionar, é necessário que outra glândula chamada hipófise, situada dentro do crânio, produza o hormônio TSH.
Conforme explica Gabriel Passos Magalhães Luzetti, médico obstetra de gestações de alto risco do Grupo NotreDame Intermédica, o TSH caminha pela corrente sanguínea, se liga à tireoide e estimula o seu funcionamento. “Os hormônios produzidos pela tireoide passam a circular pelo sangue e servem como referência para a hipófise produzir a quantidade correta de TSH e estimular a tireoide, na medida certa, para manter os níveis hormonais adequados”, diz.
Mas, durante a gravidez, todo esse funcionamento pode ser modificado por causa da placenta. Além de ser um órgão essencial para promover o transporte de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto, a placenta também produz determinados hormônios – e um deles é o hCG, “culpado” por fazer aparecer a tirinha do “positivo” do teste de gravidez de farmácia. O hCG tem a capacidade de estimular a tireoide a produzir mais hormônios, assim como acontece com o TSH. “Então, já dá para imaginar a confusão, não é? A tireoide passa a ter um estímulo extra para trabalhar mais, pois os seus hormônios deverão agir não só na mulher, mas também em fases importantes do desenvolvimento do bebê, principalmente no âmbito intelectual”, elucida Gabriel Luzetti.