Home

Síndrome do coração partido: fatores psicológicos podem fazer seu corpo simular um infarto

Abalos emocionais muito fortes podem causar um ataque cardíaco semelhante ao infarto. Se você pensava que ninguém morria de “coração partido” é porque ainda não conhece essa síndrome. Veja mais no GNDI.

Saúde e Bem-Estar

9 de Setembro de 2020

Imagem referência Blog da Saúde NotreDame Intermédica

Síndrome do coração partido: fatores psicológicos podem fazer seu corpo simular um infarto

Saúde e Bem-Estar Você Sabia? -

Síndrome do coração partido: abalos emocionais podem fazer você simular um infarto

Quem nunca sentiu o coração acelerado ao ver alguém que ama ou antes daquela prova que pode mudar a vida? Embora as emoções não tenham origem nesse órgão que tem a missão vital de bombear o sangue, é ele quem recebe diretamente as descargas químicas que o cérebro libera para transmitir algo que está diferente ou errado.

Aliás, não é segredo para ninguém que o estresse e a ansiedade causam sintomas físicos, como batimentos cardíacos rápidos e respiração ofegante – herança genética dos nossos antepassados primitivos que recebiam esse mesmo alerta para fugir do perigo.

Mas, por mais que os românticos se deleitem com a ideia de sentir o sangue correndo mais rápido pelas veias a cada sentimento excitante – mesmo aqueles que não são tão bons assim, essa resposta do organismo nem sempre é poética: abalos emocionais muito fortes, como perder alguém querido, podem causar um ataque cardíaco semelhante ao infarto. Sim, se você pensava que ninguém morria de “coração partido” é porque ainda não conhece essa síndrome – também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo.

 
 

Soluções para você, sua empresa ou familia

Mecanismo do coração

“Embora a causa oficial seja desconhecida, a estimulação simpática exagerada – ou seja, forte abalo emocional – tem sido proposta como um fator central na causa da Síndrome do Coração Partido”, explica o cardiologista de Medicina Preventiva do Grupo NotreDame Intermédica, Matheus Bueno de Moraes.

Segundo o especialista, a doença se caracteriza pelo enfraquecimento do músculo cardíaco e está associada a sintomas como dor torácica, alterações nos batimentos cardíacos e morte de algumas células do coração.

Isso acontece porque quando sofremos um “choque” de sentimentos intensos – como perder alguém amado ou o emprego, sofrer um acidente ou ganhar na loteria –, há uma estimulação exagerada na produção de adrenalina, neurotransmissor que causa taquicardia. Quando esse hormônio está em excesso, pode prejudicar os ventrículos e fazer o corpo simular um infarto.

Diagnóstico e tratamento

A doença pode ser diagnosticada com o auxílio do histórico clínico do paciente e com exames laboratoriais, eletrocardiograma e exames de imagens. “A imagem fica alterada e lembra um halter ou Takotsubo – armadilha utilizada no Japão para pegar polvo”, descreve Dr. Moraes. Como o ventrículo esquerdo não contrai de forma correta durante a síndrome, aparece uma mancha de ponta a ponta nos exames, dando a impressão de que o coração está partido.

O tratamento é bem parecido com aquele usado para infarto no miocárdio: betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), diuréticos e medicamentos para controlar estresse. Em alguns casos, técnicas de meditação e relaxamento podem ajudar, já que a doença é desencadeada por fatores psicológicos.

Ninguém está imune: a doença pode atingir pessoas de todas as idades. No entanto, mulheres na pós-menopausa compõem 90% dos casos. A queda do estrogênio, hormônio que protege a camada interna dos vasos, é um dos principais motivos apontados por pesquisadores. Há ainda mais riscos para idosos, portadores de doenças psiquiátricas e neurológicas.

Coração partido ou infarto?

A síndrome do coração partido é muito confundida com infarto – isto porque simula um – e pode ser diagnosticada e até tratada como um infarto. Mas, há um fator muito importante que diferencia os dois: as cicatrizes. Embora possa ser letal, depois de algumas semanas do ataque, a síndrome do coração partido fica totalmente curada e o coração fica intacto; já o infarto deixa algumas cicatrizes permanentes no órgão

Outra diferença é que o estresse, sozinho, não causa um infarto: ele precisa estar associado a hipertensão, diabetes, tabagismo ou obesidade, entre outros fatores de risco, para fazer estragos reais no órgão.

Relação com a pandemia

Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, a incidência da síndrome do coração partido aumentou de 1,5% para 7,8% nos Estados Unidos. Alguns dos principais motivos sugeridos por especialistas são ansiedade, estresse e isolamento social, além das preocupações financeiras provocadas pela pandemia.

No Brasil, há um estudo inédito organizado pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), que busca organizar um registro nacional sobre a síndrome de Takotsubo com análises de pacientes que tiveram a doença antes e durante a pandemia. A ideia é avaliar pacientes de 32 centros que atendem a casos de doenças cardíacas em todo o País e estão na plataforma de banco de dados da SBC.

Referências

Fonte: Grupo NotreDame Intermédica com a colaboração do Matheus Bueno de Moraes, cardiologista do GNDI, e com informações do Uol, DrAuzio Varella e G1 – acesso em 18/08/2020

Responsável pelo Conteúdo:

Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica

Quero cotar um plano de saúde