Asma: conheça os tipos, as principais causas e o tratamento
Saúde e Bem-Estar -
A asma é uma doença pulmonar inflamatória que afeta crianças e adultos no mundo todo. Somente no Brasil, existem cerca de 20 milhões de asmáticos. Neste momento de pandemia, ter problemas respiratórios significa um motivo a mais de preocupação.
Recentemente, o órgão internacional The Global Initiative for Asthma (Gina), que reúne médicos especialistas em asma, avaliou diversos estudos e emitiu um documento com atualizações sobre o assunto. Ele mostra que “pessoas com asma não parecem ter um risco aumentado de pegar Covid-19, e as revisões sistemáticas não mostraram um risco aumentado de Covid-19 grave em pessoas com asma bem controlada de leve a moderada"". No entanto, aqueles que possuem quadros graves e não controlados de asma podem desenvolver complicações e estão mais vulneráveis à forma grave de Covid-19.
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Com sintomas bastante conhecidos, como falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito, a asma é um problema crônico que se apresenta em quatro níveis de severidade:
- Intermitente: não precisa de tratamento profilático contínuo, pois as crises são ocasionais e leves.
- Persistente leve: precisa de pouca medicação para controle e, geralmente, o paciente usa corticoides inalados em dose baixa e moderada.
- Persistente moderada: necessita de maior quantidade de medicação para controle. São pacientes que usam corticoides inalados em doses moderadas com broncodilatadores de longa duração.
- Persistente grave: há necessidade de altas doses de corticoides inalados associados aos broncodilatadores e ainda pode incluir outras classes terapêuticas para controlá-la de forma adequada.
De acordo com Carlos Eduardo Jouan Guimarães, pediatra com especialização em Pneumopediatria do Grupo NotreDame Intermédica, estima-se que 60% dos pacientes pertençam ao grupo dos asmáticos intermitentes ou leves; 30% sejam moderados; e 10% graves.
Não é possível definir uma causa para a asma, pois ela é decorrente de múltiplos fatores, desde os genéticos (histórico familiar de alergias respiratórias) até os ambientais (como poeira doméstica, fungos, ácaros, pólen, pelo de animais, poluição etc.). A crise também pode ter como estopim uma infecção respiratória viral, agentes irritantes (como aromas e fumaça), variação de temperatura, fatores emocionais e até medicamentos.
Não existe uma regra, mas sabe-se que comumente o número de crises aumenta no inverno. Além disso, o tabagismo também está muito relacionado à piora clínica do quadro asmático.
Uma pequena parcela dos pacientes precisa de acompanhamento severo. O tratamento de casos leves é realizado com o uso de corticoide na forma inalatória – as famosas bombinhas. Em casos agudos, são receitados broncodilatadores inalatórios, inalação ou bombinhas e, algumas vezes, pode-se associar o corticoide por via oral. “Cabe ressaltar que os sprays orais são os tratamentos de escolha e, ao contrário do que muitos acreditam, eles não viciam. O paciente usa por um tempo determinado e vai reduzindo gradativamente até a sua completa suspensão. Os efeitos colaterais são ínfimos ou nulos, pois a dose utilizada é muito baixa”, esclarece o pediatra.
A asma não tem cura. Conforme Carlos Eduardo Jouan Guimarães explica, é correto afirmar que alguns fenótipos dessa doença estão associados a fatores individuais ou a períodos de vida. Por isso, os sintomas podem desaparecer. “Um exemplo é o início da puberdade nas mulheres, quando, com o tempo, os sintomas deixam de existir espontaneamente. A asma tem uma gama de diagnósticos diferenciais, que muitas vezes causam confusão e levam ao entendimento de que tem cura. Na verdade, o que ocorre é a melhora espontânea de alguns tipos de asma”, diz o pediatra.
Vale lembrar que também existe relação entre a melhora do quadro e o crescimento do paciente: o número de crianças asmáticas sintomáticas é muito maior do que de adultos sintomáticos. Quando é realizado um tratamento adequado na infância, o pulmão se mantém bem e sem sequelas, permitindo que a fase adulta seja vivida sem sintomas e com boa qualidade.
São hábitos que contribuem para a qualidade de vida do asmático a boa alimentação, exercícios físicos regulares e tomar, no mínimo, 2 litros de água por dia. “No passado, falava-se muito sobre a natação ser o exercício ideal para pacientes com asma, por ser excelente para estimular o controle respiratório. A natação realmente é uma boa atividade, mas hoje sabe-se que qualquer exercício é um ótimo meio de prevenção e melhora da qualidade de vida dos portadores dessa doença”, afirma Carlos Eduardo Jouan Guimarães.
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Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica