Por destruírem células de rápida reprodução do corpo, as quimioterapias podem causar efeitos colaterais desagradáveis para o paciente. É importante saber que todos os efeitos são temporários e reversíveis; após a última aplicação, os pacientes tendem a melhorar em poucos dias. Vale ressaltar que as reações costumam variar de pessoa para pessoa e nem todos os pacientes apresentam as mesmas reações. Veja, a seguir, os principais efeitos acompanhados de algumas ações que pode ajudar a melhorar os desconfortos:
Alopecia (queda dos pelos do corpo): pode ser total ou parcial e, geralmente, acontece depois de 14 a 21 dias do início das quimioterapias. As opções mais adotadas pelos pacientes que se sentem desconfortáveis com a queda do cabelo são perucas, lenços, chapéus e bonés. Quem decide assumir a careca deve sempre passar protetor solar nela para evitar queimaduras.
Anemia, leucopenia e trombocitopenia: durante o tratamento, as quimioterapias também destroem algumas células sadias do organismo – as mais afetadas são as do sangue, como os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções; os glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio para todas as partes do nosso corpo; e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue. Quando as taxas do sangue diminuem, sintomas como cansaço, falta de ar, palidez, febre, pintas avermelhadas na pele, manchas roxas e vermelhas e sangramentos podem surgir.
Atenção: Em caso de febre igual ou superior a 37,8ºC, pintas ou manchas avermelhadas na pele, sangramentos ou palidez e cansaço com pequenos esforços o médico deve ser informado. Recomenda-se que o paciente vá ao hospital em casos de persistência da febre.
Diarreia: são alterações no volume, frequência e consistência das fezes. Alguns remédios podem causar diarreia em maior ou menor intensidade. Para amenizar esse efeito, é recomendado beber bastante água e ingerir alimentos gelados, líquidos e pastosos. Alimentos menos gordurosos também são bons aliados;
Mucosite (lesões na mucosa gastrointestinal): são feridas parecidas com aftas que aparecem na boca, estômago e intestino. Em alguns casos, por conta da mucosite, é possível que o paciente tenha falta de apetite. Aconselha-se que o paciente inspecione a boca com frequência e mantenha a boca higienizada sempre. Alimentos ácidos, muito condimentados, duros e muito quentes devem ser evitados para prevenir o surgimento das feridas;
Náuseas e vômito: essas duas reações acontecem porque algumas quimioterapias produzem uma irritação nas paredes do estômago e intestino. Esse efeito é um dos mais comuns, por isso é importante utilizar os remédios para enjoo conforme a orientação médica. Alimentos frios e em temperatura ambiente são bem tolerados (como sorvete e gelatina). Outra dica é se alimentar mais vezes por dia e em menos quantidades;
Prisão de ventre: é a dificuldade de evacuar e/ou retenção de fezes por vários dias. Para melhorar, recomenda-se que o paciente aumente o consumo de alimentos com fibras assim como a ingestão de água. A prática de exercícios leves como a caminhada também é benéfica;
Variação de peso (aumento ou perda): é comum que os pacientes tenham variação na massa corporal durante o tratamento. Esse efeito colateral pode ser por conta de outros remédios que os pacientes costumam usar como corticoides. Mesmo assim, é importante que o paciente tenha um acompanhamento nutricional.
Muitos pacientes se assustam com essas reações, principalmente, porque antes de iniciarem o tratamento não estavam sentindo nada de diferente. Caso os sintomas estejam atrapalhando a qualidade de vida, o melhor caminho é conversar com a equipe médica sobre alternativas e medicações para os sintomas. É importante esclarecer que, mesmo com alguns destes incômodos, terminar o tratamento é essencial para uma vida saudável sem recidivas da doença.