O que é foliculite? Principais causas, tipos, sintomas, formas de contágio e tratamento
Saúde e Bem-Estar
14 de Fevereiro de 2022
O que é foliculite? Principais causas, tipos, sintomas, formas de contágio e tratamento
Saúde e Bem-Estar -
A foliculite é uma inflamação nos folículos pilosos - estrutura da pele onde fica a raiz dos pelos – que pode ser aguda ou crônica e é causada principalmente por fungos e bactérias. Esse tipo de infecção pode surgir em qualquer parte do corpo que contenha pelos, mas seu aparecimento é mais comum na face, couro cabeludo, axilas, coxas, nádegas e virilha.
Os casos mais leves da foliculite costumam melhorar com cuidados básicos de higiene, já os mais graves podem precisar de medicações mais fortes como antibióticos e antifúngicos. Qualquer pessoa tem chances de episódios de foliculite durante a vida, mas pessoas negras, asiáticas, obesas ou com baixa imunidade estão mais propensas a apresentar a doença.
A causa mais comum da foliculite é a infecção pela bactéria Staphilococcus aureus (estafilococos) que se instala na pele. Além dos estafilococos, existem outras bactérias e fungos que podem causar a inflamação. Outros fatores comuns para o desenvolvimento da doença são o uso de lâminas de barbear, roupas muito justas ou que retêm suor, escoriações na pele, feridas cirúrgicas, picadas de insetos, acne, dermatite, uso tópico e contínuo de cremes esteroides e antibióticos.
Existem dois principais tipos de foliculite: a superficial e a profunda. Como o nome já diz, a primeira fica na parte superior do folículo piloso deixando a pele avermelhada e sensível. Nestes casos podem surgir pequenas feridas que lembram espinhas e coçam bastante. Já nos casos profundos, a inflamação alcança toda a extensão do folículo atingindo sua raiz e a escoriação nesses casos é marcada por uma extensa área avermelhada com um nódulo de pus endurecido no centro. Além disso, é comum apresentar coceira, dor e inchaço. Por ser um tipo de infecção mais grave, há a possibilidade de a foliculite profunda destruir o folículo piloso e deixar cicatrizes.
As subdivisões da foliculite estão diretamente relacionadas com suas formas de contágio e isso acontece porque os fungos e bactérias responsáveis pela transmissão costumam ficar em locais diferentes uns dos outros. A foliculite superficial costuma se apresentar em quatro formas principais:
- Foliculite estafilocócica – ocasionada pela bactéria Staphilococcus aureus, só traz problemas quando entra em contato com uma ferida e, assim, penetra no organismo;
- Foliculite por pseudomonas – é transmitida por Pseudomonas que são bactérias facilmente encontradas em banheiras de hidromassagem e piscinas aquecidas se os níveis de cloro e o pH estiverem mal regulados;
- Pseudofoliculite da barba (coceira de barbeiro) – neste caso, a inflamação surge por conta dos pelos encravados. Esse tipo da infecção é mais comum em homens negros adultos e mulheres que fazem depilação com cera quente.
- Foliculite pitirospórica – esse tipo da infecção é causada pelo fungo Pytirosporum ovalle (Malassezia) e costuma aparecer nas áreas úmidas do corpo. Com a forma de papulopústulas, são comuns nas regiões das costas, peito e braços de adolescentes e homens adultos.
A foliculite profunda também apresenta subtipos variados. Entres eles, os três mais significativos são:
- Foliculite ou sicose da barba – também é transmitida pela bactéria Staphilococcus aureus e as escoriações são vistas na região da barba (face, lábio superior, queixo e mandíbula) dos homens adultos. São caracterizadas pelo formato de pápulas ou pústulas com um pelo no centro, ou de crostas que podem “compor” placas avermelhadas. Fazer a barba em cima da inflamação repetidas vezes pode agravar a situação e deixar cicatrizes.
- Foliculite gram-negativa – em geral, aparece em pessoas que recebem antibióticos orais por longos períodos para tratamento da acne. Isso acontece porque o uso constante desses medicamentos altera a flora bacteriana do nariz e possibilita o surgimento de bactérias gram-negativas que se propagam na pele do rosto.
- Furúnculos e carbúnculos – essas lesões são causadas pelo Staphilococcus aureus. O furúnculo é um nódulo vermelho e duro com pus na parte central também conhecido como abcesso. O furúnculo afeta um único folículo piloso e geralmente é encontrado nas nádegas, pescoço, axilas e virilha. Na maioria dos casos, a secreção é drenada espontaneamente pelo corpo depois de alguns dias. Os carbúnculos são um aglomerado de furúnculos e são mais comuns em idosos e portadores de diabetes e sua localização também é um pouco diferente, podendo ser encontrado no pescoço, ombros, quadris e coxas.
O tipo de tratamento para foliculite vai variar de acordo com a causa, tipo e gravidade da lesão. Por isso, é importante ir ao médico para um diagnóstico correto da infecção e seguir com a terapia mais adequada para cada caso. Em geral, os casos mais leves reagem bem a medicações caseiras como compressas mornas e úmidas, higienização da área afetada com água morna e sabonete antisséptico e aplicação de pomadas ou cremes anti-inflamatórios de uso tópico no local lesionado.
Em casos mais graves e recorrentes o uso de antibióticos para infecções bacterianas e medicamentos para fungos pode ser utilizado assim como o uso de corticoides por curtos períodos a fim de diminuir a inflamação. Nas situações em que os abcessos são muito grandes há a possibilidade de intervenção cirúrgica para drenagem do pus que alivia a dor e facilita no processo de recuperação.
Uma das medidas mais importantes para evitar a foliculite já entrou na rotina durante os últimos anos devido à pandemia: o hábito de manter as mãos sempre limpas e higienizadas é fundamental para evitar a infecção e a contaminação de novas áreas, especialmente antes e depois de tocar as lesões.
Outros modos de evitar a foliculite são: tomar banho antes e depois da depilação com sabonete antisséptico; verificar as condições de asseio e nível de cloro de banheiras de hidromassagem e piscinas aquecidas; evitar roupas muito justas que aumentam o atrito e retêm suor; manter a pele livre de células mortas e hidratada; fazer a barba usando água morna ou gel para evitar atritos e irritações; evitar alimentos gordurosos e beber bastante água.
Fonte: Drauzio Varella
Sociedade Brasileira de Dermatologia
TuaSaúde
Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica
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