Segundo a cirurgiã-dentista estomatologista, a língua apresenta algumas doenças e condições bem características. Abaixo, estão relacionadas as principais:
- Candidíase: é causada pela proliferação do fungo Candida albicans, geralmente atrelada à baixa na imunidade ou a lesões traumáticas. O tratamento é realizado com antifúngicos tópicos ou sistêmicos, dependendo da extensão e gravidade.
- Língua geográfica: não é considerada uma doença, mas uma condição. Ela provoca aumento ou diminuição da quantidade e distribuição das papilas no dorso da língua, dando um aspecto de desenho e mapa – daí a origem do nome. Também está associada à variação da imunidade e à alimentação, mas não possui tratamento.
- Língua pilosa: é uma condição benigna em que as papilas têm uma estrutura mais alongada, assemelhando-se a pelos. Pode ser de ordem genética e não há tratamento, porém a má higiene causa mau hálito devido à facilidade de retenção de alimentos no local.
- Língua fissurada: é uma condição benigna que afeta o dorso da língua e é caracterizada pela presença de sulcos ou fissuras, geralmente sem sintomas. Algumas pessoas relatam ardência discreta ou dor, principalmente se a higiene é deficitária.
- Afta: é uma lesão, como se fosse uma ferida, de causa inespecífica. Pode ser causada por problemas estomacais, alimentação mais ácida, reação a medicações e baixa na imunidade. Não é contagiosa e tem tratamento à base de medicamento tópico e alteração na alimentação, como retirada de alimentos ácidos (por exemplo, tomate e abacaxi).
- Úlceras traumáticas: são decorrentes a mordidas e outros traumas. É comum que sejam, também, chamadas de aftas e o tratamento é tópico, com uso de pomadas e bochechos.
- Câncer: tipo raro de tumor de cabeça e pescoço e que atinge tanto a parte superior quanto inferior da língua. É mais frequente em adultos e sua causa não é muito bem estabelecida, mas acredita-se que há risco maior para pessoas que não possuem bons hábitos de higiene bucal, são fumantes ativos, fazem uso de bebidas alcoólicas com frequência, possuem histórico familiar de câncer bucal ou que já tiveram outros tipos de câncer oral. Além disso, infecções pelo papilomavírus humano (HPV) ou pela Treponema pallidum (bactéria responsável pela sífilis) também estão associadas ao desenvolvimento do câncer de língua, sobretudo se essa infecção não for diagnosticada e tratada corretamente. “O principal sinal indicativo de câncer na língua é o aparecimento de manchas vermelhas ou esbranquiçadas, nódulos e feridas que não cicatrizam por mais de 15 dias (pode apresentar sangramentos e que estejam crescendo), dor e dificuldade de movimentar a língua. O tratamento é sistêmico ou cirúrgico, dependendo do caso”, orienta Anabella Mendo Abel.