Não existe cura para a FC, como explica o especialista: “para isso, teríamos que realizar uma mudança na genética do paciente”. São poucos os medicamentos que corrigem a expressão genética do paciente – alguns já estão liberados por órgãos de controle, mas a maioria ainda está em fase de pesquisas e testes.
O tratamento clínico, afirma o médico, “deve contribuir para o controle dos sintomas de cada pessoa ser individualizado de acordo com o quadro clínico”. Por meio de medicamentos inalatórios, por exemplo, as secreções pulmonares ficam menos espessas. “Já quando o paciente está colonizado cronicamente por bactérias, indicamos o uso de antibióticos profiláticos de forma inalatória ou sistêmica”, completa. Guimarães conta que o portador deve realizar fisioterapia respiratória e treinar a autorrealização da ""limpeza brônquica"" para liminar as secreções pulmonares.
De acordo com o especialista, as pessoas portadoras da FC que sofrem com as complicações no pâncreas, como a disabsorção de gordura, devem realizar o uso de medicamentos para reposição de enzimas lipossolúveis, além do controle rigoroso de hidratação. Além disso, é indicado que haja bons hábitos alimentares pobre em gorduras para prevenir quadros de diarreia e desnutrição calórico-proteica.
Embora o diagnóstico e tratamentos pareçam assustadores, o especialista explica que a expectativa de vida dos pacientes aumentou muito nos últimos anos. “No passado esses pacientes acabavam por falecer precocemente, mas com os avanços do tratamento já temos pacientes com idade mais avançada, formando-se na universidade, tendo filhos e conseguindo ter uma vida com qualidade”, encerra.