De acordo com especialistas, os transtornos alimentares são aqueles que geram mais preocupações em relação a desfechos ruins dentro da psiquiatria. Isto porque os rituais purgativos podem desencadear desequilíbrios biológicos. “A doença pode, inicialmente, levar a outros problemas de saúde mais simples, como dores crônicas de garganta e no estômago, azia, refluxo gástrico, ou mais graves como ruptura do esôfago, úlceras intestinais, infertilidade, doenças cardíacas graves e desnutrição”, comenta Patricia Rondello Mariano, nutricionista do Grupo.
As complicações locais acontecem pois o ato de provocar vômitos faz com que o ácido presente no estomago passe para o esôfago e chegue à cavidade faríngica, boca e nariz. “Essa substância transita por regiões que não são preparadas para este conteúdo. Por isso, pode gerar lesões graves no esôfago, inclusive câncer, além de perda de dentes por conta da chegada do ácido à boca”, explica o médico.
Induzir a eliminação dos alimentos antes do tempo natural – seja por meio de vômitos, seja com o uso de diuréticos e laxantes – ainda pode causar a perda de eletrólitos, como sódio e potássio. “Esses íons são muito importantes para o funcionamento do sistema nervoso e do coração. Se eles são eliminados de forma frequente e não são repostos, essas pessoas podem evoluir para um quadro carencial e chega um momento que pode causar arritmias cardíacas e alterações no sistema nervoso”, explica Hercílio.
Os exercícios físicos extenuantes também podem cobrar um preço, como lesões musculares e problemas cardiovasculares, como o infarto no miocárdio.